quarta-feira, 27 de maio de 2009

DIÁLOGOS TEÓRICOS

A fundamentação teórica desse projeto está baseada na filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, mais especificamente, em sua Teoria Rizomática do Conhecimento Humano. Esta forma de produção do conhecimento é aplicável à criação artística pelos conceitos de fabulação e seus elementos estéticos, o percepto e o afecto. Para este projeto, as idéias de interatividade defendida por Lemos, deixam claras as nossas intenções:

A interatividade digital caminha para a superação das barreiras físicas entre os agentes (homens e máquinas), e para uma interação cada vez maior do usuário com as informações, e não com objetos no sentido físico.[...] Essa nova qualidade da interatividade (“eletrônico-digital”), como os computadores e o ciberespaço, vai afetar de forma radical a relação entre o sujeito e o objeto na contemporaneidade. [...] A interatividade digital, a partir dos hipertextos, fez com que os produtores culturais mudassem suas formas de concepção dos conteúdos de seus produtos. Assim, se com o “broadcasting” os produtores tinham como objetivo realizar uma programação que captasse a audiência de forma homogênea, com os novos media digitais interativos, o que está em jogo é um “metadesign”. [...] O “metadesign” deixa livre o utilizador para que ele participe também do processo de concepção. Estabelece-se, dessa forma, um processo não-linear de concepção e de utilização (interatividade)dos conteúdos.
(Lemos; www.facom.ufba.br/pesq/cyber/lemos ).

O processo de publicação do privado pelo ciberespaço; Vidas de obras em construção, abertas a tantos e variados acessos; Interação entre autor-obra-leitor, em rede; As poéticas digitais produzindo novas obras de artes; O fazer artístico com os novos recursos digitais produzindo discussões filosóficas. Todas estas questões apontam que é chegada a hora de aproximarmos as artes da cena, definitivamente, das novas formas hipermidiáticas de escrever nossas memórias. Formas que possam ir além de blogs de celebridades e que já demarcam um espaço de valor na cibercultura, tanto pela quantidade quanto pela qualidade de websites que dizem muito do teatro na contemporaneidade.
É possível que ao desterritorializarmo-nos em sites - que farão de nossas escrituras possibilidades de novas reterritoralizações criativas - revisitemos nossas criações para desconstruí-las em novos suportes e em nova materialidade, produzindo novas criações, Tudo isto de forma sempre coletivizada, pois a cada novo acesso, é a mão do usuário que, também cria e do artista que recria. Exercício fundamental para todos nós.

Um comentário:

papistar_nunes disse...

Eu estou louca para ter um tempo maior para ver os videos e me recriar dentro da criação de meus colegas!!!Muito bom!!!Bjssssss